'Foi amor à primeira vista', diz engenheiro sobre ciências atuariais
Roberto Westenberger, 55, hoje trabalha numa consultoria multinacional de atuária.
Ele começou novo curso de graduação aos 34 anos.
Formado em engenharia e com mestrado em estatística Roberto Westenberger, então com 30 anos descobriu as ciências atuariais. “Foi amor à primeira vista”, conta. Decidido a aprender mais sobre a área ele foi para a Inglaterra fazer doutorado em atuária. Quando voltou ao Brasil, descobriu que toda essa formação não era suficiente para conseguir um registro de atuário e, aos 34 anos, retornou às carteiras escolares da graduação.
Atualmente, aos 55, ele é sócio-responsável pela divisão Tillinghast no Brasil, uma multinacional de consultoria atuarial para seguradoras.
G1 – Por que o senhor quis ser atuário?
Westenberger - Foi meio que por acaso. Eu me formei em engenharia no IME [Instituto Militar de Engenharia, no Rio de Janeiro], fiz mestrado em estatística e trabalhava na Eletrobrás, em 1977, como consultor interno. Um dos trabalhos que fiz foi com o departamento do fundo de pensão dos funcionários e assim tive contato com a atuária. Foi amor à primeira vista. A atuária me permitiu casar a estatística com a área financeira que eu também gostava muito.
G1 – Como o senhor se formou em atuária?
Westenberger - Fiz doutorado na área na Inglaterra. Quando voltei para o Brasil descobri que com meu doutorado não poderia tirar o registro de atuário. Aí, com 34 anos, em 1984, voltei para a faculdade e fiz a graduação em ciências atuarias na UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro].
G1 – Como começou sua carreira na área?
Westenberger – Quando voltei da Inglaterra fui trabalhar na Companhia Internacional de Seguros num departamento voltado para a área de não vida como automóveis, casa e outros. Em 1986, saí da companhia e montei a Modelo Consultoria. A empresa cresceu muito e atendia às principais seguradoras do país. Em 1996, fizemos uma fusão com a Towers Perrin, uma multinacional que trabalhava com fundos de pensão no Brasil. No exterior ela tinha uma divisão, chamada Tillinghast, que atuava na área de seguros. Então passamos a ser o braço da Tillinghast no Brasil.
G1 – O que o senhor mais gosta de fazer na sua profissão?
Westenberger – Identificar e a ajudar a resolver os problemas dos clientes.
G1 – Há algo de que não goste?
Westenberger – Não gosto de fazer trabalhos rotineiros, gosto de novos desafios. Como consultor, me atrai muito realizar trabalhos inéditos.
G1 – O que o senhor acha essencial no perfil de um bom atuário?
Westenberger – Tem que gostar, ter uma boa formação em matemática, estatística e conhecimento em finanças. Para compor o tripé, é importante também saber de negócios. Um bom profissional tem que se atualizar permanentemente porque as ferramentas da evolução de avaliação de risco mudam muito.
G1 – Que dicas o senhor daria para quem está começando agora?
Westenberger – Escolha uma boa faculdade, que tenha o currículo mínimo recomendado pelo IBA [Instituto Brasileiro de Atuária].
G1 – Na sua avaliação, é um mercado bom de emprego?
Westenberger – É bom para o profissional bem formado. O que tiver uma capacitação ruim não terá espaço no mercado.